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Bacillus subtilis no Controle dos Nematoides na Soja

Nematoides na cultura da soja

Os nematoides são organismos de formato parecido com o de um verme, dificilmente visíveis a olho nu. Eles podem ocasionar danos severos à lavoura quando não controlados.

Por causa de características como formação de estruturas de resistência e por atacarem várias espécies de plantas, são de difícil controle.

Os principais nematoides que atacam a cultura da soja são os formadores de cistos e de galhas.

Os nematoides de cisto (Heterodera glycines) produzem uma estrutura de resistência (cisto). Essa estrutura permite a sobrevivência dos ovos por muito tempo no solo.

Os nematoides das galhas (Meloidogyne javanica e Meloidogyne incognita) produzem protuberâncias denominadas galhas nas raízes.

Seu ataque na lavoura pode ser identificado pela presença de manchas ou reboleiras, contendo plantas amareladas e com crescimento irregular.

lavoura de soja com sintomas da presença de nematoides na lavoura em forma de reboleiras.

O manejo é realizado através de técnicas como a rotação de culturas, uso de cultivares resistentes, uso de agrotóxicos e cultivo em áreas livres da praga.

Uma alternativa interessante para o manejo de nematoides na soja é o controle biológico, através do uso de organismos vivos, como bactérias.

O uso de bactérias do gênero Bacillus sp., como Bacillus subtilis, vem sendo empregado com sucesso para o controle desses patógenos.

Uso de Bacillus subtilis no controle de nematoide

O Bacillus subtilis é uma bactéria que ocorre naturalmente nos solos, principalmente naqueles bem estruturados e com boa matéria orgânica.

Essa espécie tem a capacidade de colonizar as raízes das plantas, e também pode ser chamada de rizobactéria.

É uma espécie muito estudada para o controle biológico. Ela tem a capacidade de produzir compostos tóxicos aos patógenos, como compostos antimicrobianos e antifúngicos.

Essas substâncias interferem no ciclo reprodutivo da praga, além da indução de resistência na planta.

Outra característica importante desta espécie é sua ação no controle de nematoides.

Sua eficácia já foi verificada em várias culturas agrícolas, como cana-de-açúcar, tomate e soja.

Além do controle de patógenos e nematoides, o Bacillus subtilis é uma bactéria promotora de crescimento.

Ao se associar com as raízes das plantas, ela melhora a disponibilidade de nutrientes.

Além disso, através de compostos antimicrobianos e fitorreguladores, proporciona melhor sanidade e crescimento à cultura.

Quando e como aplicar o Bacillus subtilis?

Já existem no mercado produtos à base de Bacillus subtilis para aplicação em diversas culturas. Quer conhecer o melhor?  Clique aqui.

A época e a forma de aplicação dependem do produto usado.

A aplicação pode ser feita em pré-semeadura, como tratamento de sementes ou no sulco de semeadura.

Também pode ser feita no solo em que será realizado o plantio, no caso de mudas.

Em pós-semeadura ou plantio, a aplicação pode ser realizada através de pulverizações diretamente sobre as culturas ou no solo.

Vantagens e desvantagens do uso de Bacillus subtilis no controle de nematoides

Além de vantagens como ação tóxica contra patógenos e nematoides e a promoção de crescimento nas plantas, a aplicação de Bacillus subtilis apresenta outros benefícios, como:

  • baixo custo;
  • fácil aplicação;
  • boa eficiência;
  • baixa toxidez;
  • não deixam resíduos no ambiente;
  • pode ser aplicado em diversas culturas além da soja;
  • não possui período de carência.

Por outro lado, a utilização desta ferramenta apresenta algumas desvantagens:

  • o ambiente deve ser favorável para o seu desenvolvimento. Sua eficácia depende de fatores como pH, temperatura, aeração e tipo de solo, dentre outros;
  • são necessários maiores cuidados no transporte e armazenamento;
  • pode apresentar incompatibilidade com alguns produtos, principalmente inseticidas e fungicidas utilizados no tratamento de sementes.

Conclusão

Os nematoides são pragas de difícil controle e que podem ocasionar perdas importantes na lavoura.

O uso de Bacillus subtilis no controle de nematoides pode ser uma excelente ferramenta na soja e em muitas outras culturas.

Além do controle destas pragas, seu uso apresenta inúmeras vantagens: dentre elas a promoção do crescimento das plantas, podendo refletir em maior produtividade.

Por outro lado, por ser um organismo vivo, depende de alguns fatores para que a sua utilização seja eficiente. Também atente-se a eles no momento de realizar o manejo.

fonte: Lavoura 10 (blog.aegro.com.br)

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5 maneiras de controlar os nematóides na soja

Controle de diferentes nematóides na soja

O manejo de nematoides em culturas de grande extensão no Brasil é um desafio que ganha mais importância a cada ano, devido ao aumento dos problemas causados por tais patógenos. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Nematologia, os danos provocados por nematoides podem chegar a alarmantes R$ 35 bilhões por ano e, somente na cultura da soja, o prejuízo pode alcançar R$ 16 milhões. Atualmente, as principais espécies que ocorrem no País, causando expressivas perdas econômicas na cultura da soja, são os nematoides das galhas, Meloidogyne javanica e M. incognita, o nematoide das lesões, Pratylenchus brachyurus, o nematoide de cisto da soja, Heterodera glycines, e o nematoide reniforme, Rotylenchulus reniformis, causando expressiva queda de produção nos locais onde ocorrem. Como principais opções para o manejo de nematoides na soja têm-se o uso de cultivares resistentes, a rotação de culturas com plantas não hospedeiras, além da utilização de produtos químicos e biológicos.

Os desafios técnicos são grandes porque após o sua presença e estabelecimento na lavoura, a única saída é regredir e estabilizar a sua população, pois torna mais dificil a eliminação desses patógenos.

Com isso as práticas culturais, continuam sendo as principais atividades para o controle.

Como veremos a seguir, essas práticas envolvem a rotação, sucessão de culturas e até mesmo consórcio com plantas não hospedeiras.

Mas uma prática isolada não é a solução.

A melhor opção é o uso associado de diferentes estratégias de controle, consolidando um manejo integrado.

Por isso agora vamos conhecer as 5 principais maneiras de controlar os nematoides na soja, assim você poderá selecionar as que fazem mais sentido na sua fazenda.

1- Controle Biológico de nematoides

Já foram identificados mais de 200 diferentes organismos que são inimigos naturais dos fitonematoides.

Estes microrganismos são encontrados normalmente no solo, parasitando ovos e cistos, ou predando nematoides juvenis e adultos.  Mas, pensar em uso de microrganismos para o controle de nematoides, devemos ter em mente que esses terão que aguentar as altas temperaturas de solo na semeadura.  Assim, se atente para a temperatura no plantio nesse método de controle.

Entre os microrganismos com efeito nematicida comprovado estão Paecilomyces lilacinus, Trichoderma harzianu, Arthrobotrys oligospora, Arthrobotrys musiformis, assim como algumas rizobactérias.

A seguir confira os principais para o controle na soja:

Paecilomyces lilacinus

É um fungo que afeta a capacidade reprodutiva dos nematoides.

Através do parasitismo dos ovos, ele penetra e destrói o embrião, ou atacando as fêmeas sedentárias, que são colonizadas e mortas.

Sua capacidade é de promover a redução de 60% na penetração do nematoide na fase de estabelecimento da cultura.

Pochonia chlamydosporia

Esse fungo que parasita e mata ovos e fêmeas de nematoides.

Bacillus subitilus

É um fungo que produz metabólitos.

Bacillus licheniformis

É um fungo que produz metabólitos, também paralisam e matam os juvenis.

Bacillus thuringiensis

A atividade entomopatogênica deste bacillu é decorrente da produção de cristais protéicos em concomitância com o processo de esporulaçâo, acabando com nematóides, ácaros entre outros.

Bacillus amiloliquefaciens

Essa bactéria age de duas maneiras principais sobre os nematoides.

Quando aplicada em tratamento de semente ou em sulco de plantio, o seu estabelecimento no solo promove colonização do sistema radicular da planta, alimentando-se dos exsudatos radiculares.

Com isso, os nematoides não conseguem reconhecer os exsudatos radiculares, inibindo assim a penetração dos nematoides nas raízes

Já o mecanismo de produção de produção natural de antibióticos e toxinas, há a morte do embrião de nematoide dos ovos presentes próximos ao sistema radicular.

2- Cultivares resistentes

Plantas são definidas como resistentes a fitonematoides quando previnem, ou restringem marcantemente, a reprodução deles.
E existem no mercado algumas cultivares de soja e milho já resistentes a nematoides.  Sempre bom lembrar da importância de considerar realmente o posicionamento técnico recomendado pela empresa que você adquiriu.

3- Rotação de Culturas

Essa é uma das principais práticas e que realmente faz a diferença.  Você pode inserir plantas não hospedeiras, que possuem a resistência passiva, ou também chamada de pré-infeccional.
Essa é uma característica inerente às plantas, ocorrendo independentemente do parasitismo pelos nematoides..
Isso ocorre devido à presença nessas plantas de substâncias repelentes ou tóxicas aos nematoides.
Nesse sentido, temos as crotalárias, girassol, sorgo, e os milhetos resistentes como ADR 300 ou ADR 8010.
Além disso, a rotação de cultura contribui na melhora das condições físicas, químicas e biológicas do solo, sendo que também quebra o ciclo de pragas e doenças.

4- Tratamento de sementes

O tratamento de sementes é um método complementar no manejo dos nematoides na soja, pois as próprias sementes já podem estar contaminadas.  Isso porque eles combatem esses patógenos nas primeiras semanas após o plantio, e não na safra toda. No entanto, plantas melhor formadas conseguem resistir mais aos futuros ataques de nematoides.
Além disso, essa primeiras semanas são fundamentais para a definição de produtividade e as plantas conseguem resistir mais aos futuros ataques de nematoides.
Ademais, a quantidade reduzida de nematicida utilizado na semente resulta em maior sustentabilidade e segurança no sistema de produção agrícola.

5- Controle Químico

Aplicados em sulco ou em pulverização terrestre. Porém, sempre considere uma abordagem integrada dos métodos de controle e não só o químico.

Fonte: blog Aegro